segunda-feira, 29 de agosto de 2016

As armadilhas da venda casada: 7 formas de te fazer pagar pelo que você não pediu

Uma prática comumente feita por comerciantes e que, às vezes, nem percebemos, é a venda casada. Entretanto, essa prática é abusiva e está inserida no Código de Defesa do Consumidor, que a classifica como imposição da venda de um produto ou serviço sobre outro, obrigando o consumidor a levar um item que não deseja.

Ainda assim, segundo Dori Boucault, advogado especialista em direitos do consumidor, a prática, além de abusiva, é proibida. “O consumidor não pode aceitar essa imposição, na compra de um produto ou serviço e, caso se depare com essa situação, pode denunciar aos órgãos reguladores”, explica.

Com isso, listamos, a seguir, sete casos mais comuns de venda casada para você ficar atento e não cair nessa "armadilha". Veja:

1 - Compra de carro e venda de seguro
Essa é uma das vendas casadas mais comuns, pois a agência condiciona a venda do carro somente se o comprador também adquirir o seguro. “Isso é o típico caso de venda casada e significa condicionar a venda de um produto ou serviço à aquisição de outro produto ou serviço, sem a necessidade técnica para isso”, disse Dori.

2 - Inclusão de cartão de crédito
Outra situação comum é quando o banco condiciona a abertura de conta somente com a inclusão do cartão de crédito. “O consumidor não pode ser obrigado a ter um cartão de crédito para ter acesso aquela conta. É dever do banco disponibilizar aos seus cliente apenas o cartão de débito de forma gratuita”, informa o especialista.

3 - Pacote de seguros em empréstimos
A venda casada também acontece quando o consumidor solicita um empréstimo bancário e, com ele, é obrigado a levar o seguro de casa, vida ou veículo. “Se o fornecedor afirmar que só libera o financiamento se o consumidor adquirir o tal pacote, ele está infringindo o Código de Defesa do Consumidor ao fazer uma venda casada. Dificilmente isso é escrito ao consumidor, mas existe em alguma situações”.

4 - Garantia estendida
A garantia estendida é mais um exemplo de venda casada. Essa garantia não é obrigatória por lei, mas não pode ser imposta ao consumidor. “A garantia estendia pode ser oferecida, mas deve ser explicada e não pode ser obrigatória”, diz Boucault.

5 - Impor a contratação de um serviço de empresas parceiras
Essa prática ocorre quando a contratação de um serviço é condicionada à compra de produtos ou serviços de empresas parceiras, como acontece, por exemplo, com empresas que realizam eventos e exigem que a banda ou buffet sejam contratados por indicação, sem a possibilidade de fechar com outros à parte. 

6 - Estabelecimento de ensino que determinar o local da compra do uniforme escolar ou do material escolar
De acordo com o especialista, a escola não pode obrigar os pais a comprarem no lugar indicado e, muito menos, impor a marca a ser adquirida. “A escola pode indicar papelaria ou loja que vende os uniformes para serem pesquisados, mas não pode obrigar os pais a comprarem nela”, informa Dori.

7 - Cinema
Até algum tempo atrás, os cinemas barravam a entrada de alimentos comprados em outros locais, o que é proibido. Dori disse que os consumidores tem a liberdade de escolha e os cinemas devem aceitar alimentos comprados em outros estabelecimentos.

Nenhum comentário:

Postar um comentário