Educar uma criança significa definir valores em relação a diversos conceitos, inclusive ao dinheiro, Mas como mostrar aos pequenos o valor do dinheiro? Como introduzir o assunto no cotidiano das crianças? Quando é hora de começar a dar a mesada? O lanche da escola deve ser pago com a mesada? Desempenho escolar e comportamento podem servir para calibrar a mesada?
Segundo o educador financeiro Álvaro Modernell, este é um tema importante na formação e que deve ser abordado simultaneamente tanto na escola quanto em casa.
“O exemplo é a maior lição. Não adianta o filho aprender conceitos na escola se, em casa, os pais não derem o exemplo. É fundamental mostrar organização e introduzir nas crianças o conceito de educação financeira de forma lúdica, como jogos e livros divertidos. Nada que envolva contas a pagar ou o orçamento doméstico. Isso é só em uma outra fase”, afirma o especialista.
Modernell explica que a mesada, por exemplo, é uma ferramenta eficaz para que os pequenos aprendam a administrar o dinheiro. “Eles passarão a fazer planos com aquele dinheirinho e entenderão que quando se gasta tudo muito rápido, acabam ficando sem.”
O especialista afirma que, até os 5 anos, pode ser dado dinheiro eventualmente. Dos 6 aos 8 anos, entra a semanada. De 9 a 10 anos, a quinzenada, e, acima de 10, a mesada.
“Mas isso pode variar de cada família. Quanto aos valores, sugiro aos pais que, se estiverem na dúvida entre dar R$ 10 ou R$ 15 por semana, por exemplo, deem R$ 10. A escassez ensina mais que a abundância”, ensina Modernell.
“E será mais fácil posteriormente aumentar do que diminuir o valor, fazer a calibragem. Até por isso, é fundamental conhecer a rotina do filho e acompanhar como ele vem usando aquele dinheiro”, completa.
Educação financeira X Consumismo
O antídoto para os possíveis efeitos nocivos do estímulo ao consumo é envolver as crianças nas decisões familiares sobre os gastos, segundo o educador financeiro Reinaldo Domingos, colocando os sonhos em primeiro lugar. "Temos de mostrar que é preciso ter objetivos, fazer escolhas e que nada é mágico, porém, tudo é possível, desde que o dinheiro seja usado com foco e sabedoria", afirma.
"Na prática, isso significa estimular as crianças e jovens a identificarem seus sonhos de curto (um ano), médio (até 10 anos) e longo (mais de 10 anos) prazos; ensiná-los a investigar quanto custam os seus sonhos e, junto com os pais – que devem saber a equação entre seus ganhos e gastos -, calcular quanto seria necessário reservar por semana, mês ou ano – seja da semanada ou mesada ou do orçamento familiar – para que o sonho possa ser realizado", diz Reinaldo.
Dessa forma, Reinaldo Domingos explica que habitua-se a criança a acordos que não significam negação, mas sim negociação. Ela perceberá que é possível ter, porém, nem sempre no momento que se quer. Essa prática também ajuda a aliviar o sentimento de culpa de muitos pais porque, nesse exercício, eles também aprendem a se reeducar financeiramente.
Fonte: consumidormoderno.uol.com.br
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