A partir do dia 1º de junho, o brasileiro gastaria
mais para comprar móveis e carros. Gastaria porque o governo desistiu do
reajuste do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados).
Para móveis, a alíquota vai continuar em 4%. Se
aumentasse, poderia chegar a 5%.
No caso dos automóveis, o impacto seria mais forte.
O IPI dos carros 1.0, por exemplo, poderia sair de 3% para 7%.
O reajuste aconteceria em todas essas categorias. A
maior alíquota, a dos carros a gasolina, motor entre 1.0 e 2.0, passaria de 10%
para 13%.
Fonte: Receita Federal
As alíquotas reduzidas valem até o dia 31 de
dezembro deste ano e são parte de uma estratégia adotada pelo governo em 2012.
A ideia é incentivar o consumo dos brasileiros, mas economistas dizem que o
efeito tem sido cada vez menor.
MODELO DE CONSUMO
As vendas de carros no país continuam despencando mês a mês, mesmo com o
imposto mais baixo. O governo usou as desonerações em setores como o
automobilístico e o de móveis para impulsionar a economia.
Fonte: IBGE
Em 2012, só com a redução de IPI, o governo deixou
de arrecadar quase R$ 10 bilhões. A conta cresceu em 2013 e só até maio deste
ano já se aproxima de R$ 5 bilhões.
Fonte: IBGE
Mas o consumo das famílias tem perdido fôlego. A
taxa de crescimento passou de 6,9% em 2010 para 2,6% em 2013.
Comprar carro e trocar os móveis de casa custa
caro. E muita gente já fez isso nos primeiros anos de redução do imposto.
Agora, os economistas dizem que, desta vez, o consumidor vai precisar de mais
incentivos para fazer uma compra grande. Isso porque a confiança dele na
economia está abalada.
“Este consumidor é como se estivesse amarrado. Ele
está olhando para o lado e não está vendo perspectiva de ter aumento de emprego
e de renda. Então, ele não vai fazer consumo de um produto que vai depender de
muito tempo para pagar. A gente está falando de produtos baseados em
prestações. Prestações que vão entrar aí nos próximos anos, que são anos de
muita incerteza”, aponta Sérgio Vale, economista-chefe da MB Associados.
O ministro da Fazenda diz que o crédito baixo tem
afastado os consumidores das lojas, mas prevê uma melhora.
“Se a confiança do consumidor se recuperar, não
basta um mês, é verdade. Precisa de mais de um mês com melhora da confiança.
Então, você vai ter um apetite maior do consumidor para a aquisição de veículos
e de bens duráveis de modo geral”, declara o ministro Guido Mantega.
Fonte: Globo
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