
Para
evitar perder o controle do orçamento familiar, o consumidor deve fugir do
parcelamento dos chamados gastos recorrentes, como em supermercado e farmácia.
Isso
porque, como são feitos com frequência --em geral, uma vez por mês ou mais--,
podem virar uma bola de neve de dívidas se forem parcelados.
"Imagine
alguém que sempre parcele a compra do supermercado. A pessoa mal pagou metade
da compra do mês anterior e já está gastando de novo com aquilo, também em
prestações. Os valores a pagar vão se acumulando", afirma a planejadora
financeira Myrian Lund, professora da FGV (Fundação Getulio Vargas).
O
educador financeiro Álvaro Modernell dá uma dica. "A premissa é: o que se
consome de imediato deve ser pago imediatamente."
Ainda
de acordo com o consultor, o mesmo raciocínio vale para a compra de itens de
pequeno valor.
Em
alguns casos, porém, as parcelas são a melhor opção. Por exemplo, se surge a
necessidade de troca de um eletrodoméstico ou de uma reforma na casa, e não há
reserva financeira para os gastos, é melhor parcelar a recorrer a linhas de
crédito caras, como cheque especial ou o rotativo do cartão de crédito.
Roupas,
sapatos e outros artigos pessoais também podem ser parcelados caso não haja
dinheiro para pagar à vista --o que permitiria barganhar um desconto.
Nesses
casos, o ideal é dar uma boa entrada e dividir o restante no mínimo possível de
parcelas, diz Maria Inês Dolci, coordenadora institucional da Proteste,
associação de defesa do consumidor. "Quanto mais esticado for o pagamento,
maior a chance de comprometer a renda e perder o controle", diz.
HÁBITO
Além
disso, é preciso tomar cuidado para não tornar o parcelamento um hábito.
"Muitas
pessoas só veem o valor da parcela e não conseguem perceber quanto da renda já
está comprometida considerando os outros gastos", ressalta o planejador
financeiro Alexandre Pinto Novaes.
"Parcelar
as despesas dá ao consumidor um poder de compra que ele, às vezes, não
tem", afirma a planejadora financeira Aline Rabelo. "É preciso
lembrar que, ao parcelar, a pessoa conta com um recurso que ainda nem
entrou", acrescenta. (Danielle Brant)
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