A humanidade já consome 50% mais recursos naturais renováveis
do que o planeta é capaz de regenerar. Isso acontece quando apenas 16% da
população mundial é responsável por 78% do consumo total. Se todo o mundo
consumisse como os habitantes mais ricos do planeta, seriam necessários quase
cinco planetas para suprir esse consumo.
Em 11 anos trabalhando para mobilizar as pessoas para o poder
de transformação de seus atos de consumo consciente, o Akatu aprendeu que a
solução para a sustentabilidade exigirá a participação de diversos agentes
sociais, envolvendo organizações multilaterais, governos, corporações e
organizações da sociedade civil. Ficou clara então a necessidade de uma
referência concreta quanto a alguns caminhos a seguir para que a produção e o
consumo se tornem mais sustentáveis. Daí nasceram as indicações abaixo, que propõem um modo de
produção e consumo que valorize:
1. Os produtos duráveis mais do que os descartáveis ou os de
obsolescência acelerada: como já acontece com a substituição das sacolas
plásticas descartáveis por sacolas retornáveis e duráveis;
2. A produção e o desenvolvimento local mais do que a
produção global: como as organizações comunitárias na produção e
comercialização de produtos típicos regionais;
3. O uso compartilhado de produtos mais do que a posse e o
uso individual: como as bicicletas compartilhadas em diversas grandes cidades,
inclusive São Paulo, que ficam disponíveis para retirada e devolução em
pontos estratégicos;
4. A produção, os produtos e os serviços social e
ambientalmente mais sustentáveis: como hoje já ocorre com o selo Procel que
certifica eletrodomésticos que gastam menos energia;
5. As opções virtuais mais do que as opções materiais: como
livros, discos e filmes baixados em aparelhos MP3 em vez da versão material;
6. O não-desperdício dos alimentos e produtos, promovendo o
seu aproveitamento integral e o prolongamento da sua vida útil: como acontece
nos brechós de roupas usadas;
7. A satisfação pelo uso dos produtos e não pela compra em excesso: como fazem aqueles que mantêm seus celulares por anos e não os trocam a cada novo lançamento;
8. Os produtos e as escolhas mais saudáveis: como os orgânicos disponíveis em feiras e supermercados;
7. A satisfação pelo uso dos produtos e não pela compra em excesso: como fazem aqueles que mantêm seus celulares por anos e não os trocam a cada novo lançamento;
8. Os produtos e as escolhas mais saudáveis: como os orgânicos disponíveis em feiras e supermercados;
9. As emoções, as ideias e as experiências mais do que os
produtos materiais: como as viagens propostas por agências que oferecem vivências
por meio de visitas participativas e educativas;
10. A cooperação mais do que a competição: como ocorre com
empresas do setor varejista que praticam uma logística colaborativa para
melhorar o nível do serviço e reduzir custos e emissões de CO2.
Convidamos todos à reflexão e à mobilização em torno destes
itens. Com o engajamento de todos, os caminhos indicados permitem construir uma
nova sociedade de consumo e um novo modo de produção que atendam ao bem estar
de toda a humanidade com muito maior eficiência no uso dos recursos naturais,
por meio de negócios social e ambientalmente mais sustentáveis, que podem
resultar em uma rentabilidade justa para o capital, visando uma sociedade mais
humana, com maior equidade e justiça social.
Fonte: Instituto Akatu
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