segunda-feira, 12 de novembro de 2012

10 caminhos para a produção responsável e o consumo consciente

A humanidade já consome 50% mais recursos naturais renováveis do que o planeta é capaz de regenerar. Isso acontece quando apenas 16% da população mundial é responsável por 78% do consumo total. Se todo o mundo consumisse como os habitantes mais ricos do planeta, seriam necessários quase cinco planetas para suprir esse consumo.

Em 11 anos trabalhando para mobilizar as pessoas para o poder de transformação de seus atos de consumo consciente, o Akatu aprendeu que a solução para a sustentabilidade exigirá a participação de diversos agentes sociais, envolvendo organizações multilaterais, governos, corporações e organizações da sociedade civil. Ficou clara então a necessidade de uma referência concreta quanto a alguns caminhos a seguir para que a produção e o consumo se tornem mais sustentáveis. Daí nasceram as indicações abaixo, que propõem um modo de produção e consumo que valorize:

1. Os produtos duráveis mais do que os descartáveis ou os de obsolescência acelerada: como já acontece com a substituição das sacolas plásticas descartáveis por sacolas retornáveis e duráveis;

2. A produção e o desenvolvimento local mais do que a produção global: como as organizações comunitárias na produção e comercialização de produtos típicos regionais;

3. O uso compartilhado de produtos mais do que a posse e o uso individual: como as bicicletas compartilhadas em diversas grandes cidades, inclusive São Paulo, que  ficam disponíveis para retirada e devolução em pontos estratégicos;

4. A produção, os produtos e os serviços social e ambientalmente mais sustentáveis: como hoje já ocorre com o selo Procel que certifica eletrodomésticos que gastam menos energia;

5. As opções virtuais mais do que as opções materiais: como livros, discos e filmes baixados em aparelhos MP3 em vez da versão material;

6. O não-desperdício dos alimentos e produtos, promovendo o seu aproveitamento integral e o prolongamento da sua vida útil: como acontece nos brechós de roupas usadas;  

7. A satisfação pelo uso dos produtos e não pela compra em excesso: como fazem aqueles que mantêm seus celulares por anos e não os trocam a cada novo lançamento;

8. Os produtos e as escolhas mais saudáveis: como os orgânicos disponíveis em feiras e  supermercados;


9. As emoções, as ideias e as experiências mais do que os produtos materiais: como as viagens propostas por agências que oferecem vivências por meio de visitas participativas e educativas;

10. A cooperação mais do que a competição: como ocorre com empresas do setor varejista que praticam uma logística colaborativa para melhorar o nível do serviço e reduzir custos e emissões de CO2.

Convidamos todos à reflexão e à mobilização em torno destes itens. Com o engajamento de todos, os caminhos indicados permitem construir uma nova sociedade de consumo e um novo modo de produção que atendam ao bem estar de toda a humanidade com muito maior eficiência no uso dos recursos naturais, por meio de negócios social e ambientalmente mais sustentáveis, que podem resultar em uma rentabilidade justa para o capital, visando uma sociedade mais humana, com maior equidade e justiça social.

Fonte: Instituto Akatu

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