Os
repelentes infantis não poderão mais ter desenhos ou outras imagens de apelo
para crianças em suas embalagens, segundo uma resolução aprovada ontem pela
Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária).
Hoje, é
possível encontrar produtos com ilustrações de crianças brincando, de uma mãe
segurando um ursinho e empurrando o carrinho do bebê, entre outros.
O
objetivo da regra é evitar a intoxicação por crianças ao reduzir o apelo do
produto para o público infantil e o uso indevido do repelente.
A medida,
aprovada ontem, vale para substâncias naturais e para produtos que contêm DEET
(dietiltoluamida), princípio ativo que pode causar irritação na pele e é tóxico
se ingerido.
A nova
regra permite que os repelentes infantis sejam diferenciados daqueles de uso
adulto por cores e frases.
A Abihpec
(Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e
Cosméticos) criticou o veto aos desenhos e argumentou que os pais estão
acostumados a identificar os repelentes infantis por imagens.
A
justificativa, porém, não convenceu os diretores da Anvisa. "Um produto
que tem um bichinho incentiva a criança a brincar. É lógico que a situação
transcende a simples questão da informação", disse Jaime Oliveira, um dos
diretores da agência.
A Anvisa
não tem, porém, dados sobre intoxicação causada por esse produto.
Fábio
Bucaretchi, professor do departamento de pediatria da Unicamp, diz que
especialistas trabalham há quatro anos para criar um sistema com informações
como essas. O professor elogia a medida da Anvisa, independentemente do número
de intoxicações pelo produto.
A Anvisa
também aprovou a inclusão de uma advertência para que grávidas e lactentes
consultem o médico antes de utilizar o produto e a inserção do telefone para
queixas sobre intoxicação.
Produtos
que já estão no mercado têm um ano e meio para se adaptar. Novos produtos já
devem entrar no mercado seguindo as regras aprovadas -que devem ser publicadas
no "Diário Oficial da União" ainda nesta semana.
OUTROS
PRODUTOS
A agência
pode ir além no tema da regulação de embalagens de produtos infantis.
Também
foi aprovado, durante reunião da diretoria, um chamamento público para que
entidades se manifestem sobre a adequação de embalagens de produtos infantis
regulados pela Anvisa. Não está definido, porém, o alcance da proposta.
"Já
está na hora de a Anvisa trabalhar em cima de um posicionamento institucional
mais amplo sobre como vamos tratar questões de rotulagem envolvendo a
atratividade para o público infantil", disse Oliveira, da Anvisa.
Fonte:
idec.org.br
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