De cada 10 consumidores com o
nome na lista de devedores, 2 entraram nessa situação por terem emprestado o
nome para outras pessoas, segundo pesquisa divulgada nesta segunda-feira (10)
pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pela Confederação Nacional
de Dirigentes Lojistas (CNDL). O estudo mostra ainda que, mesmo após os
transtornos gerados, 24% voltaram a emprestar o nome para outras pessoas.
Entre os consumidores que
emprestaram o nome para outras pessoas, 31% o fizeram para ajudar amigos, e
outros 22% para irmãos. “É difícil dizer não a amigos ou parentes, mas é
preciso lembrar que talvez essa pessoa esteja pedindo ajuda porque não pôde
comprovar sua renda ou então porque não conseguiu pagar uma dívida anterior.
Seja qual for o motivo, o risco de que não consiga honrar o compromisso sempre
existe”, afirma José Vignoli, educador financeiro do SPC Brasil e do portal Meu
Bolso Feliz.
Em apenas 3% dos casos, a dívida
foi paga integralmente pelas pessoas ajudadas, dizem SPC Brasil e CNDL
O tamanho das dívidas
A pesquisa mostra ainda que boa
parte das pessoas que emprestam seu nome para outro consumidor sequer sabe o
valor do gasto que seria feito por terceiros.
Os que conheciam o valor que
seria gasto antes de aceitar emprestar seus nomes foram 49% dos entrevistados.
Além disso, em 18% dos casos, a pessoa ajudada gastou mais do que o combinado
antes do empréstimo do nome. Outros 32% emprestaram o nome sem saber qual era o
valor do gasto.
Quem paga essa conta?
Segundo o levantamento, em apenas
3% dos casos de empréstimo de nome a dívida foi liquidada integralmente pela
pessoa ajudada. Já os casos em que a pessoa que emprestou o nome pagou a dívida
sozinha são 41%.
Em 19% dos casos, a pessoa que
ficou no vermelho ao ajudar outro consumidor diz que o devedor sumiu, e não tem
como ser cobrado. Em outros 33% dos casos, a pessoa ajudada afirma que não tem
dinheiro para quitar o débito.
Em 69% dos casos, a relação entre
as pessoas ficou abalada após o transtorno.
O valor médio da dívida de
inadimplentes por emprestarem o nome para outras pessoas é de R$ 1.215.
A decisão de emprestar
“Não se deve tomar uma decisão
dessas sem antes considerar cuidadosamente a questão. Você tem o dinheiro para
honrar a dívida, caso a pessoa que pediu seu nome não possa pagar? Do
contrário, você é que ficará inadimplente, tendo de enfrentar a restrição ao
crédito e todos os transtornos relacionados a essa situação", aconselha
José Vignoli.
O SPC Brasil e a CNDL destacam
que "o inadimplente não pode financiar veículo ou imóvel, fazer um
empréstimo, adquirir cartão de crédito e contratar serviços como plano de TV
por assinatura ou celular pós-pago".
"Não há garantias legais
para quem empresta o nome. A dívida, perante a Justiça, pertence a quem
emprestou e não a quem realizou a compra de produtos ou serviços",
destacam as entidades.
Fonte: idec.org.br
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